15 novembro, 2005

As mais antigas....


Maringá/PR - 1990...

(...)
As atitudes do ser humano...
Não são humanas...
Não são legais
Pensamentos...violentos...
Atitudes animais...
Conclusões de uma vida...
Vida infrutífera
Vida não vivida.

Inverdades
Certeza nunca mais
Pureza também não
Calúnia é freqüente
Mentira sempre...

Algo: Amor
Como reclamamos da vida
Se algo quer viver
Mas algo não vive
Só morre...

Deturpação Mental
Vulcão enfurecido em larvas
Castigada com palavras agressivas
Vindo buscar algo em ventos saturnos
Louvor que vindes do céu dizendo
Culpadas almas terrestres
Que libertam do cúmulo ao túmulo
Caindo na podre vida
Campos de triunfantes batalhas
Cortejantes facas de dois gumes
Corpos que não agüentam a existência
E cai no precipício vício...
Da cegueira, as estrelas
Turvando na estrada delinqüente
Na qual escorre o lábaro do suor
Para obter o obus para a guerrilha
Marchar porque ? pois manchado está !
Mas louvemos ao espírito infinito
Por problemáticas aparências
Na qual desmancho em prantos
Reserva do nada, quando aberto
extravasa idéias vicênias
Mas requintadas por tolos viventes
Num saveiro perdido nos mares.
16.04.90

O Destino
Arrebentar-se num mar de solidão
Desbravar a vida com as próprias mãos
Saltando obstáculos quase impossível
Mas nossa resistência é invencível
Batalhando por um futuro que não existe
Dando de tudo para que se consiste
Uma vida triunfante
Provando a todos que não desiste
O caminho é o destino que traça
Mas no mundo tudo passa
Como a morte leva a vida
E a cicatriz cura a ferida
Mesmo assim fica o buraco
Sendo no peito ou no espaço
Nunca podendo ser esquecida
Pois aqui não existe vida
19.04.90

É Amor
Quando ele existe
Simplesmente não sei
Mas mostro que ele existe
Pois um dia já amei
Provei dele o tudo
Até hoje não sei se gostei
E de seu conteúdo
Infelizmente provei pequei
Antes não provado
Porque sofrer por pouco ?
E contudo ele foi procurado
Ai que foi... fiquei louco
Amor é o principal
Sendo que isso nem todos procuram
Tendo em mente este ideal
Que de tudo é igual na vida ilegal
De todo nosso mundo bêbado
23.04.90

Protesto Animal
As imbecilidades do homem são enormes
Suas idéias nunca entram nos conformes
Proliferando as desgraças
Com o tempo tornando-as palhaças
Vivendo com a sua débil mente
Cada vez mais incoerente
Convivendo com o ódio
Nem se quer olha para o relógio
Viciado em querer dominar
E sendo dominado pelo tempo
Deixando de andar pra ter que voar
Variando de vento em vento
Bombas atômicas vão ser lançadas
E suas cabeças laçadas
Pelas mãos do Espírito Divino
Mostrando a esses suínos
Que são burros !
26.04.90

ASAS
Desgraça
Desgraça
Desgraça
Fumaça
Fumaça
Fumaça
Caça
Caça
Caça
Assa
Assa
Assa
Mordaça
Mordaça
Deus
Traga
Graça
01.05.90

Delicadas palavras
Entram em seus ouvidos
E no meu rosto ingênuo
É marcado o tapa
Ingrata !
10.05.90

Ainda Falo
Pelos caminhos obscuros caminho
Larvas efervescentes encontro
Destruindo meu ninho
Causando certos desencontros
Pauso para poupar meu fôlego
E subo o topo
Para ver se topo
Seguir a trilha para onde ?
Quem sabe pro Cu do Conde
É lá que o demônio se esconde
Vou para o Raio e não sei
Se dele você parte.
Quero doar meu coração
Dele já me cansei
Não sei se faço uma canção
Tenho medo do refrão
O medroso medo que declaro
Em versos, prosas e poemas
Procurando com os temas
Temer o tolo do medroso medo
10.05.90

Vai voando os passarinho
Encontrando com meus pensamentos
Os primeiros vão para o norte
E os meus fugindo da morte
11.05.90

O futuro será mais belo
Quando eu olhar no espelho
E conseguir notar o passado
Que nunca estive presente
15.05.90

Palavras nos representa
A custo o grafite
Impresso no branco papel
Que poderia significar
Qualquer realidade...
15.05.90

Derramei em seus seios
Os lábios dolorosos do meu amor
Atordoando-lhe os sentimentos
De uma mente atordoada
De felicidade
15.05.90

Como caminho correto
Jamais cairei numa fria
O gelo já derreteu
Como beberei o Drink
Eu não ando nos trinques
E não moro em São Paulo
Quase não vou a praia
Mergulho como arraia
E não saio molhado
Nisto a chuva cai
Vejo algumas fumaças
Sou anti-drogas
Mas não é a droga
É a vida
É o mundo
15.05.90

Vagarosamente
Escrevo os sentimentos
Que muitos não clamam
Por tempestades
E sim por razões
Que só um coração
Expressa...
15.09.90

Procuro o lado do bem
Mesmo não tendo amor
Assim ainda
Encontro obstáculos
E viro a minha direção
Acho outros caminhos
Ainda que me faça sofrer
Mas satisfaço meu ego
Tendo o mundo nas mãos
E gargalho pra vida
Sabendo que sou palhaço
Do meu próprio circo.
25.06.90

Ingênuo
Se para você a palavra amor
Não faz sentido
Cubro meu corpo na cama
Que apenas sexo não quero
E para o amor quando vier
Me liberto

Dolorosa não é vida
E a máscara que vestimos
Para viver...
15.05.90

A evasão do meu sangue
Dá-se por violentas batalhas
Que travo com meu coração
31.05.90

O regime que eu faço
Não é dieta
E tão pouco militar
Regime da verdade
Pois é com ela
Que vivo minhas
Amizades...
... minha vida
31.05.90

De tantos amores
Que aqui vivi
O restante foi
Proveitoso

De você
Estou farto
Duelei com seu amor
Perdi, morri
Ferindo me
Com sua flecha

Como Criança
Ei !!
Espero por mim
Veremos o céu azulento
Cavalgaremos nos unicórnios dourados
Com a esperança solta aos ventos
Veremos as mais cintilantes estrelas
Como as de Hollywood
Viveremos incríveis emoções
Caindo,
Mordendo amorosas paixões
Bateremos na porta da esperança
Poderemos ver nosso destino
Mas que legal !
Já escuto os sinos
Razões ruins lá são esquecidas
E não insista
Vamos embora

Espaço
Agradeço o espaço
Permitido pela vida
Cicatriza o espaço
Antes uma ferida
Louvo o espaço
Que mora as estrelas
Procuro o espaço
Onde escondem as bandeiras
Vivo no espaço
E também os pensamentos
A vida é o espaço
O homem é o espaço

Quando Serei Alguém
Da mais bela rima ou tentadas rimas
Tento abri-me para o mundo
Dobradas e redobradas
Mas que merda não sai nada
Nasci do avesso
E tento me virar
Rolo como uma bola
Mas não saio do lugar
A vida é vista bela
Beleza, pureza, natureza
E quando o sol bate na cara
Tiro o óculos, estou cego
Tentarei ser alguém
Quando o sol se por
Eu alguém sinto dor
Olho no espelho
Sou o mesmo !

Parado no Tempo
No canto qualquer
Tento escrever
Busco entender
Repito outra vez
O efeito do amor
Bate em minha porta
Ou seria a dor
Mas que vida morta !

Droga Morta
Digas sempre não
Pois ninguém é herói
A cocaína corrói
Nosso coração destrói
Amor não tem heroína
Prefiro serpentina
Pra poder enfeitar
Meus desejos matar...

“Situações confusas...
... ações perturbas...

Conselho
Dom divino você não tem
E com isso é ser alguém
Nós somos o nada
Pois a vida ainda passa
Ache sei objetivo
Ainda que o passado dói
As cicatrizes tapa o tapa
Deixe de bancar o herói
Cuidado com o salto da vida
Onde o buraco é profundo
Pois nem buscamos a ida
Nunca entendemos o mundo

Resistir
Calmo só...
Solidão precoce,
nunca envelhece
Resistência é grandiloqüência
Fragilidade terrível
Olhar sensível,
aparência imbatível
vivendo a vida
levando a ferida
procurando a saída
resistência contida
pensa nele
pensa longe
pensa logo
resposta H
buscando revidar
estudos adora
nunca não chora
por pouca razão
resistência tradição
obstáculos não há
por tamanha ambição
meta de vida tranqüila
resistência atingida
amor abnegado
mal tratado
resistência cansado
resistência extremado
resistência acabado

Vinícius é rosário
Ele que dizia ser menino puro
Veio domais belo cerúleo
Boêmio, musicógrafo pra crusiário
Diplomatista, delimitou, cronista
Espalhou o sensualismo na Rosa
Caminhou a Ipanema de colunistas
Mas não atomizou a Bosa Nova
Figura tão mais que populacho
Desviou seu instinto de macho
Medrou sonetos nobrecentes
Soberbo pelos seus labores petulantes
Lançou raízes religiosas
Como momento da primeira fase
“O caminho para a Distância
e “Forma e exegese”
“Novos Poemas” e “Cinco Elegias”
Voltou ao drástico universo material
Em tom sublime buscando modelias
Abjurou a postura, à volta sensual
(Esse poema é dedicado a Vinícius de Morais)


Maringá/PR – 1991 ....

Quando me perco
Fico vagando levemente
Mas na praça ergo
Me sinto então gente
Na solidão, a batalha começa
E procuro então o amigo
Pois é so que me resta
Peço para caminhar comigo
Seu que não negará
Pois nele posso contar
Acharemos alguma saída
E então poderei lhe beijar
02.09.91

Londrina/PR - 1992...

Vida
Com
Cavidade
Cavo o
Corpo
Cá idade
Corro
Como
Colombo
Com o ovo
Grito socorro !
Nada ouço
Pois morro
03.09.92

Querência
Quero !
Tenho ânsia
Paciência
Ansioso mundo
Apresenta teus obstáculos
Sou atleta...
Sou poeta...
Pulo essa...
02.12.92

Ano Novo
Nasce um ovo !
Asas novas batem
Novos caminhos
A serem voados
Novo, imaturo
Pombo novo...
E essa massificação velha
Criar é ser novo, poeta
Mais um ano, de novo !
Velhos novos passam
Jovens velhos ficam
E essa velha massificação nova
Vivo a vida velha
Renovando o velho ano
O futuro está passado
Mas o ferro está novo
Vivamos ferreamente
Velhos novos anos
E novamente essa massificação
De velho...
De novo...
De ano...
31.12.92

Vai e Vem da Flores
As flores crescem
Para que cessem as dores
Num tempo, estarão murchas,
Não denotando que a
Felicidade também cessou
Pois te banharei em duchas
De prazer, que você me
Doou
Nesses vão e vem
Vem amores
Vão dores.
Flores...
Flores...
Flores

Não ao coração Maria-Mole
Não abra a boca
Deixe que as lágrimas rolem
É assim mesmo
Esta história se repete
Em outro mundo
Num mesmo coração
Igual ou diferente
Continuo amando indiferentemente
Quando falo é de você
E quando calo é em você
Tua liberdade é minha maior prisão
Um lugar sólido de areia movediça
Deixo minhas lágrimas rolarem
Como uma bola de neve que forma
Ao ver seu corpo frio
Petrificado, fechado para reforma
E eu...
Com minha picareta insistente


O futuro será mais belo
Quando eu olhar no espelho
E conseguir notar o passado
Que nunca estou presente

Amor
Carinho sincero
Ato mais sério
Um dia imaturo
Audaz no futuro
Ações cuidadosas
Admiro as rosas
Tratado gostoso
É meigo piedoso
Quando flechado
Cega corações
E ai machucado
Desperta paixões
Todo perigoso
Muito majestoso
Liso como lodo
Imenso o gozo